1. Contexto Inicial e Negociações com o BRB

No fim de março de 2025, o Banco de Brasília (BRB) anunciou um acordo para aquisição de 58% do capital social do Banco Master, envolvendo 49% das ações votantes e 100% das ações preferenciais, por um valor inicialmente estimado em R$ 2 bilhões (calculado como 75% do patrimônio líquido auditado de junho/2024) – sujeito a ajustes conforme a reestruturação prévia dos ativos e à diligência do BRB XP Investimentos, 28/03/2025 (XP Investimentos).

Em 07/05/2025, porém, uma decisão judicial suspendeu a assinatura do contrato definitivo, a pedido do Ministério Público, sob o argumento de que o BRB não teria a aprovação prévia de seus acionistas e do Legislativo local para concluir a operação Reuters, 07/05/2025 (Reuters). Apesar dessa liminar, o BRB pôde prosseguir com diligências preparatórias. Já no início de maio, a Justiça do Distrito Federal havia revertido uma liminar anterior que proibia o BRB de concluir a compra por falta de aprovação do Banco Central (BC) Jornal Opção, inícios de maio/2025 (Jornal Opção).

2. Origem e Dinâmica da Crise

O Banco Master tornou-se foco de preocupação ao ofertar CDBs com taxas de até 140% do CDI – muito acima da média de bancos de porte semelhante (110–120% do CDI) –, atraindo R$ 52 bilhões em captações até então, sendo cerca de R$ 30 bilhões apenas em 2022 Portal Tela, 20/05/2025 (Portal Tela); UOL, 12/05/2025 (UOL Economia).

Para honrar essas captações, o Master direcionou recursos a ativos de baixa liquidez (precatórios, ações problemáticas etc.), gerando dúvidas sobre a qualidade da carteira Portal Tela, 20/05/2025 (Portal Tela). Em abril/2025, a negociação com o BRB – que visava justamente transferir parte dos ativos mais problemáticos para o banco estatal – evidenciou que o BC e o próprio BRB ficaram “entre a cruz e a espada” diante do passivo contingente do Master Valor, 05/04/2025 (Valor Econômico).

3. Ações de Emergência e Venda de Ativos

Em meados de…