Em debate na Câmara dos Deputados, o Banco Central (BC) reforçou que só dará prosseguimento ao exame técnico da aquisição do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB) após receber dos envolvidos a definição precisa do escopo do negócio. Gabriel Galípolo, presidente da autoridade monetária, destacou que o órgão não avalia se a transação é “bom negócio” para os acionistas, mas sim se ela atende aos requisitos de segurança e solidez do sistema financeiro. Metrópoles

Durante a audiência da Comissão de Finanças e Tributação, Galípolo explicou que, uma vez esclarecido “o perímetro da operação” – ou seja, quais ativos e responsabilidades serão transferidos –, a equipe técnica do BC terá condições de avaliar, de forma detalhada, o impacto dessa operação na estabilidade do setor bancário. Até lá, a análise permanece em suspenso. Metrópoles

Os pedidos para convocar o presidente do BC partiram dos deputados Florentino Neto (PT-PI), Laura Carneiro (PSD-RJ) e Pauderney Avelino (União-AM), interessados em entender tanto a postura do BC frente à reorganização do Master quanto eventuais riscos aos correntistas e ao crédito local. Galípolo destacou que o órgão segue requisitando informações adicionais às instituições envolvidas, justamente para dimensionar com exatidão o alcance da operação. Metrópoles

O dirigente insistiu que o foco do Banco Central está restrito às questões técnicas: “Não cabe a nós julgar a conveniência econômica para quem compra ou vende, mas sim assegurar que a operação esteja em conformidade com as normas prudenciais”, afirmou. Segundo ele, esse procedimento é padrão em fusões e aquisições bancárias, garantindo que a transação não comprometa a liquidez ou a capacidade de pagamento de nenhuma das instituições.

Da Ascensão ao Colapso: A Linha do Tempo da Crise do Banco Master

Segue um panorama cronológico da crise do Banco Master, desde suas origens até o momento atual:

1. Origens e reestruturação (1974–2021)

• Fundado em 1974 como Máxima Corretora, tornou‑se instituição financeira em 1990 e, em 2016, passou por grave crise de inadimplência em crédito imobiliário, quase levando-o à falência. Wikipédia

• Entre 2018 e 2021, recebeu aportes de R$ 400 milhões, mudou de nome para Banco Master e diversificou sua carteira (crédito consignado, pessoal, seguros e banco de investimentos). Wikipédia

2. Crescimento acelerado e riscos acumulados (2021–2023)

• Adotou captação via CDBs a rendimentos de até 140% do CDI, amparados pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), atraindo forte volume de investidores de varejo. LinkedIn

• Canalizou boa parte dos recursos a ativos ilíquidos e de longo prazo, sobretudo precatórios e direitos creditórios, cujo estoque saltou de R$ 2,25 bilhões em 2021 para R$ 8,73 bilhões em 2024. LinkedInFiscoMoney Soluções Tributárias

3. Sinalizações de alerta do Banco Central (2023)

• Em 2023, o BC elevou o fator de risco de precatórios via Resolução BCB 448/24, forçando o banco a preparar-se para aumento de exigência de capital a partir de janeiro de 2025. FiscoMoney Soluções Tributárias

• Foi convocado para reunião urgente e instado a aportar R$ 2 bilhões e interromper operações consideradas arriscadas, sob risco de intervenção ou liquidação.

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